O acordo que fez o PP retornar à base governista nesta terça-feira (31) foi fechado após uma série de conversas que envolveram a bancada do partido na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado federal Mário Negromonte Jr. (PP), o governador Jerônimo Rodrigues (PT), o chefe de gabinete do governo Adolpho Loyola (PT) e o secretário das Relações Institucionais do estado Luiz Caetano (PT).
Na costura, ficou definido, como condicionante para a volta da aliança, que o deputado federal João Leão (PP) deixaria em definitivo a presidência do partido na Bahia. Após o rompimento entre as legendas em março de 2022, a relação entre Leão e algumas das principais lideranças do PT no estado ficou insustentável.
De acordo com fontes ligadas aos dois partidos, o ex-governador Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estabeleceu um veto à presença de Leão no grupo que hoje comanda a administração estadual na Bahia.
Nas eleições do ano passado, Leão, além de apoiar ACM Neto (União) para governador do estado, decidiu se juntar às fileiras do então presidente Jair Bolsonaro (PL), contra a candidatura de Lula. A postura assumida pelo, a partir desta quarta-feira (1?), parlamentar foi entendida como a de um radical antipetista, fazendo degenerar a relação entre ele e o PT no estado.
A saída de Leão da presidência do PP na Bahia ainda não foi concretizada, mas já é dada como certa nos bastidores da política no estado. O próprio Leão já disse publicamente que talvez seja o momento de passar o bastão. Fontes governistas afirmam que, nas negociações com o governo Jerônimo, foi Negromonte Jr. quem bancou a saída de cena do correligionário.
Negromonte Jr. é considerado um dos favoritos para assumir a presidência do PP-BA no lugar de João Leão. O outro nome cogitado para comandar o partido no estado é o do deputado federal Ronaldo Carletto.