Senador explica que relação entre indígenas e garimpeiros levou doenças que ‘não são comuns’ ao povo yanomami

Desde que o Ministério de saúde declarou  emergência em saúde pública  no território yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, em Roraima, após detectar e resgatar pessoas que estavam vivendo em casos severos de desnutrição e malária, as atenções estão voltadas para a região e os esforços para ajudar a comunidade. Além disso, após pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, Serão investigados crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais e peculato. Para falar sobre esta situação, em  entrevista o senador Hiran Gonçalves (Progressistas), que é médico e presidente da Frente Parlamentar da Medicina. O parlamentar falou sobre o problema da relação entre garimpeiros e indígenas na reserva: “Isso já acontece há muito tempo e, óbvio, perto do garimpo. Nós não aprovamos garimpagem em terra indígena, porque é proibido por lei. A relação entre os indígenas e os garimpeiros leva a doenças que não são comuns aos índios”.

“Eles [yanomamis] são muito suscetíveis a infecções respiratórias, gripe, doenças sexualmente transmissíveis, malária. Nós temos dentro da reserva uma área hiperendêmica de malária. Temos também dentro da nossa reserva indígena uma doença que só tem ali, que se chama a ‘cegueira dos rios’, que é a oncocercose. É a maior área endêmica de oncocercose das américas ali. Não é uma coisa muito simples, e o que nós estamos fazendo? Discutindo com o governo, aproveitando toda essa celeuma que aconteceu por conta daquelas imagens tão impactantes, para tentar aprimorar esse serviço”, afirmou o senador, que já acompanhou o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), em uma audiência com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e nesta quinta-feira, 26, se reunirá com reunião com o ministro do Desenvolvimento Social, e a ministra da Sáude, para sugerir medidas para melhorar a condição de vida do povo indígena yanomami.