Na última terça-feira (23), Robinho (UB) usou o plenário da Assembleia Legislativa da Bahia para reivindicar do Governo do Estado que as obras do artista plástico Frans Krajcberg sejam levadas de volta para Nova Viçosa.
Krajcberg foi radicado no Brasil na época da Segunda Guerra Mundial, polonês de descendência judaica, naturalizou-se nova-viçosense e antes da sua morte doou os seus bens para o Estado da Bahia. Na ocasião, o deputado esteve presente, ainda no governo de Jacques Wagner, e afirmou que Krajcberg exigiu apenas uma condicionante. Na íntegra a fala do deputado:

“O artista plástico no final da sua vida, já com mais de 95 anos, resolveu doar todo o seu patrimônio para o estado da Bahia. Ele fez um testamento, eu ainda estava na base do governo… estive juntamente com Frans, com o então governador Jacques Wagner, e Frans doou todas as obras de arte, apartamento na França, apartamento no Rio de Janeiro, o sítio Natura e uma propriedade no município de Nova Viçosa. A única condicionante que o artista pediu foi que mantivesse o seu museu, o sítio Natura com suas obras de arte, no município de Nova Viçosa. No entanto, logo depois da sua morte, o então governador Rui Costa, com mais de 20 caminhões baú, pegou todas as obras de arte e trouxe aqui pra Salvador”.

Robinho declarou que fica muito triste, porque essas obras carregam um significado, uma importância muito grande para o povo de Nova Viçosa. O sítio Natura, com o arcabouço do artista, um espaço que os cidadãos que admiravam suas obras, poderiam visitar in loco. Pediu que o governador Jerônimo analisasse a vontade de Frans e ainda sugeriu que uma parte das obras poderiam permanecer no solo da capital baiana, sendo que outra parte retornasse para a sua terra de origem, Nova Viçosa. Citou empresas como o Itaú, a Natura, o Bradesco, a Suzano Papel e Celulose como organizações que desejam administrar o museu, assim como custear a manutenção de sua abertura “que vai ter um significado histórico, cultural, artístico e de turismo para Nova Viçosa”, afirmou o parlamentar.
Ao final da solicitação do deputado Robinho, o presidente da Casa do Povo, Adolfo Menezes afirmou que o colega parlamentar poderia contar com o seu apoio na referida causa.

“Depois de tantos anos, nós não enxergamos nenhum sinal de mudança nem de planejamento do governo do Estado para retirar a população dessa situação”. A declaração é do deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), líder da bancada da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), após a pesquisa do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) mostrar que 51,6% dos baianos vivem em situação de pobreza, com renda mensal de até R$ 665,02.

De acordo com o levantamento, feito com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, a Bahia integra a lista dos nove estados brasileiros onde a maior parte da população é composta por pessoas em situação de pobreza. Maranhão (58,9%), Amazonas (56,7%) e Alagoas (56,2%) lideram o ranking.

“O PT tem 17 anos seguidos no Governo da Bahia e esse é o saldo que fica para a população. Está comprovado que esse modelo de gestão está falido, porque ele não produz desenvolvimento social e econômico de forma sustentável e nem gera condições reais para melhorar a vida das pessoas”, enfatiza Alan Sanches.

Ele pontua que a administração atual repete a ausência de políticas públicas para enfrentar a questão com seriedade.

“O governo lançou o programa Bahia sem Fome, mas que na verdade parece mais uma gincana escolar. Era para ser um programa sério para erradicar a fome, mas eles preferem fazer política com a falta das pessoas”, acrescenta.

O líder da oposição aponta ainda que o Estado deixou de fazer investimentos e de estimular a geração de emprego e renda, o que colocou a Bahia com a maior taxa de desempregados do Brasil (14,4%) pela quinta vez consecutiva, inclusive acima da média nacional de 8,8%, conforme pesquisa do IBGE divulgada na semana passada. (Política Livre)