O Diário Oficial do Estado (DOE) do último de 15 de junho trouxe mudanças significativas na estrutura da Polícia Militar da Bahia. Naquele dia foram autorizadas 69 alterações em posições de comando da corporação em toda a Bahia, entre Batalhões, Esquadrões e Companhias Independentes (CIPMs).

Para o Bahia Notícias, o comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, explicou que as mudanças foram necessárias para que a polícia pudesse se ajustar à recente reformulação feita pela Secretaria de Segurança Pública. Ele garantiu que as alterações trarão mais segurança aos baianos.

“Estamos suprimindo uma demanda histórica. O último ajuste que foi feito foi há quase 10 anos. Faremos a interiorização com uma estrutura maior, onde iremos levar um policiamento de melhor qualidade e uma segurança pública melhor para o cidadão. Foi uma medida muito proveitosa e positiva”, argumentou Coutinho.

Com a reorganização, a PM ganhou sete grandes comandos: quatro Comandos de Policiamento Regional (CPRs), que serão sediados nas regiões do Recôncavo, Extremo Sul, Meio-oeste e Nordeste, assim como quatro novas Companhias Independentes de Policiamento Tático (CIPTs), mais conhecidas como Rondesps, respectivamente para cada comando regional criado. Os outros três serão instalados em Salvador, que serão os Comandos de Policiamento Rodoviário, de Policiamento de Missões Especiais e de Policiamento de Apoio Operacional.

Dentro da nova estrutura também serão implantados oito novos batalhões operacionais, que estarão sediados no bairro de Cajazeiras, no município de Vera Cruz e na cidade Brumado, além dos novos batalhões de Proteção à Mulher, de Policiamento Escolar, de prevenção a roubos a coletivos, de prevenção a furtos e roubos de veículos e o de Patrulhamento Tático Móvel (Batamo), que terão sede na capital, porém com abrangência em todo o estado.

PROMOÇÕES

Com a reestruturação também vieram promoções para os militares. Para subir de patente e alcançar o cargo de major, um grupo de capitães da PM foi nomeado para assumir o comando de Companhias.

Coutinho informou que a oportunidade dada aos agentes para ascender na hierarquia da corporação coincide com a medida da SSP que criou novos cargos na PM baiana. Via de regra, CPRs envolvem os Batalhões e as Companhias Independentes de Polícia Militar (CIPMs), que são estruturas comandadas por um tenente-coronel e major, respectivamente, sendo que o primeiro engloba o policiamento de diversas cidades com um efetivo policial maior para o desempenho das atividades operacionais. Já as CIPMs são responsáveis pelo policiamento de bairros – no caso da capital e de grandes cidades – e por municípios e distritos no interior baiano.

“Quando você cria uma reestruturação você aumenta de forma adstrita atos promocionais. É uma consequência normal, porque houve um crescimento. Esses postos vão ser ocupados e com o crescimento tivemos algumas promoções, mas não foi em função do ato promocional e sim em função da reestruturação”, explicou.

A Bahia é líder nacional em número de amputados decorrente da violência armada nos últimos 15 anos. O estado também lidera o ranking no número de mortes violentas intencionais, o que reverbera no alto número de multilados. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar nesta lista, com 202 vítimas, a região, dominada pelo tráfico e pela milícia, possui 42 amputados a menos que a Bahia. Enquanto que o estado mais populoso do país, São Paulo, está em terceiro lugar.

Neste mesmo período, o Brasil teve 2.044 amputados em consequência de armas ou explosivos. O número é maior do que a quantidade de multilados nas Forças Armadas dos Estados Unidos durante as guerras do Iraque e do Afeganistão, quando 1.705 soldados americanos acabaram acidentados.

Os dados foram compilados pelo O Globo a partir da análise das internações hospitalares (AIHs) do Ministério da Saúde e ainda apontam que a média de idade dos atingidos é de 33 anos.