Entidades de classe que representam policiais federais divulgaram uma carta em que criticam o governo Lula (PT) após o cancelamento de uma reunião para tratar do reajuste salarial da categoria. O encontro estava previsto para terça-feira (17).
No documento divulgado pela categoria, os representantes dos policiais federais manifestaram indignação com o que chamam de “postura morosa” do governo federal.
Diante do impasse, as entidades manterão um calendário de mobilizações previamente acordadas. No dia 16 de novembro, por exemplo, a categoria fará um ato em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em Brasília (DF), e nas unidades da PF. Está prevista ainda uma paralisação das atividades dos servidores.
“A decisão conjunta se justifica pela letargia do governo federal. Cabe ressaltar que as negociações de reestruturação já estão em andamento há meses no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), conforme ofício encaminhado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em 15.06. Mesmo com toda essa tramitação, o governo federal reincide em postergar uma resposta efetiva à questão”, diz trecho da carta.
Carreira desvalorizada
De acordo com os representantes, a proposta de reajuste salarial é uma das principais urgências da categoria, visto que os “policiais federais, nos últimos anos, foram afetados de maneira desproporcional por reformas, descaso, desvalorização, além de terem sido preteridos em relação a outras carreiras típicas de Estado”.
“O governo Federal tem dito que a segurança pública é prioridade, entretanto na prática temos carência de equipamentos de proteção, de efetivo para integrar as FICCOs, forças integradas fundamentais no combate à violência. Além disso, servidores que colocam a sua integridade física em risco diariamente precisam estar motivados e valorizados”, apontam. Lançadas no mês passado, as FICCOs têm sido usadas pelo ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) como resposta do governo para combater o aumento da criminalidade em estados como a Bahia e Rio de Janeiro,