Em Jaguaquara, maior colégio eleitoral do Vale do Jiquiriçá, com 34.588 eleitores, uma coisa é certa, o PT volta ao protagonismo na política local. Eleita em 2020 no PP, a prefeita Edione Agostinone põe fim a uma aliança histórica do Bonitão, João Leão, com o grupo que governa a cidade há 17 anos. Edione usou a rede social para anunciar o fim do divórcio entre a Prefeitura e o Progressistas após encontro em Salvador, na última terça-feira (14), com membros da cúpula do petismo, o deputado federal Jorge Solla, que deve ser o seu representante na Câmara Federal, além de Glauco Chalegre, vice-presidente do PT do Estado, o assessor da legenda, Filipe Almada e Júlio Pinheiro, prefeito de Amargosa.
Posterior ao encontro que oficializou a filiação, o grupo se reuniu na Governadoria com o governador Jerônimo Rodrigues, em agenda específica, da qual também participou o chefe de gabinete do Governo, Adolpho Loyola. Um dos argumentos de Edione, para justificar o ingresso no PT é o de ”honrar compromisso” ao citar o apoio administrativo do ex-governador e atual ministro Rui Costa e do governador Jerônimo com a destinação de obras ao município.
Edione, que exerce função na Prefeitura desde 2013 e chegou a ser secretária de Desenvolvimento Social na gestão anterior, até abril de 2020, quando o então padrinho político e prefeito à época, Giuliano Martinelli (PP) lhe propôs o desafio de ser a candidata do grupo governista e ala saiu vitoriosa de um processo político emblemático, eleita com 58 votos de diferença para o adversário, Raimundo do Caldo (PDS).
Agora, contudo, o cenário pode ser diferente, porque Agostinone criou laços com figurões do seu novo partido, que detém o poder, na esferas estadual e federal, pode caminhar com suas próprias pernas e, curiosamente, usará a estrela vermelha para se opor ao 11 do PP, partido que derrotou em 2012 o próprio PT, quando Martinelli elegeu-se prefeito de Jaguaquara para o primeiro mandato, ao superar o empresário Ricardo Leal com uma diferença de 605 votos.
Resta saber como se posicionará o ex-prefeito Giuliano, uma figura política associada à direita, apoiador de ACM Neto e Cacá Leão nas eleições de 2022, chapa que foi derrotada na cidade ao ser contrariada por Edione, que declarou apoio a Jerônimo na corrida pelo Palácio de Ondina. *por Marcos Frahm