Nível da construção na Bahia está 4% maior que no período pré-Covid

O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil na Bahia cresceu pelo segundo ano consecutivo em 2022, alcançando a marca de 2,6%. No ano anterior, a alta foi de 3,7%. Em 2020, ápice da pandemia, houve retração de 2,3%. O resultado de 6,3% do último biênio só perde para 2012/2013, quando o setor registrou crescimento de 8%. Com isso, o nível da atividade no estado está 4% maior, comparado ao período pré-Covid (2019).

Os dados foram divulgados na manhã de ontem, em Salvador, pela economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos. A apresentação integrou a chamada Sexta da Construção, programação do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon), com o objetivo de divulgar os números do setor para o mercado.

Reflexo disso é que a Bahia foi  terceiro colocado no ranking nacional em geração  de novos postos de trabalho, com saldo de 19.567 empregos criados com carteira assinada. O estado perde apenas para São Paulo (57.504) e Rio de Janeiro (27.950), respectivamente.

Entre os municípios do país, a capital baiana também ficou em terceiro lugar na geração de vagas com carteira assinada (8.011), atrás de São Paulo (25.591) e Rio (11.759). Na Bahia, logo atrás Salvador vem Camaçari, Novo Horizonte, Feira de Santana, Itabuna e Lauro de Freitas. As áreas de construção de edifícios (60%) e de serviços especializados (30%) foram as que mais demandaram mão de obra.

Alta dos custos

De acordo com Ieda, o desempenho mostra a importância do setor da construção na geração de emprego “mesmo enfrentando um período muito grande de aumentos dos custos, de 2020 a até pelo menos janeiro deste ano”, disse.

Nesse período, na Bahia, o Custo Unitário Básico de Construção (CUB) aumentou 31,7%, segundo a economista do CBIC, “especialmente puxada pela alta de 60% dos insumos”. Ela ressalta que a inflação oficial (IPCA) do período foi de 22%, mesmo índice em que o custo com mão de obra subiu.

O crescimento em meio a um cenário econômico adverso é atribuído, segundo Ieda, em parte ao movimento de resistência e ressignificação dada à moradia pelas famílias brasileiras no momento de pandemia, e do outro lado à capacidade de adaptação das empresas.

“A construção civil da Bahia é a maior do Nordeste, com 27% de participação, quase 5% no país. Para 2023, temos um grande desafio que se chama taxa de juros (Selic) elevada. Preocupa porque ela reflete na economia. Impacta, por exemplo, na caderneta de poupança, principal fonte de financiamento (SBPE) da casa própria no Brasil”, disse.

Uma notícia positiva, afirmou Ieda, é a  volta do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.

Falando no MCMV e na importância do estado para o mercado imobiliário, a MRV, após 16 anos na Bahia, 62 empreendimentos e 24 mil moradias construídas depois, escolheu Salvador para realizar esta semana o maior lançamento da história da marca, segundo o diretor comercial para o Nordeste, Alessandro Silva.