Greve no INSS atrasa a vida de 130 mil pessoas

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve, ontem, por tempo indeterminado em todo o Brasil. A categoria reivindica recomposição de perdas salariais, valorização profissional e melhores condições de trabalho. Aprovada em plenária nacional realizada no último sábado, a paralisação foi convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).

A greve já vinha sendo discutida há tempos também na Bahia, onde 130 mil pessoas esperam na fila do INSS e onde existem mais de dois mil servidores em sete gerências regionais e 149 Agências da Previdência Social.  Ontem, um ato estava previsto pelos trabalhadores nas Mercês, na Avenida Sete, para mostrar à sociedade a precariedade das condições  de trabalho, mas a  categoria resolveu remarcar. A expectativa é que a nova data seja decidida em assembleia na próxima quinta-feira (18).

Dados do Ministério da Previdência apontam que o estado  é o terceiro com o maior número de pedidos de aposentadorias e benefícios, atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo.   Em todo o país, mais de 1,8 milhão de pessoas estão aguardando a verificação do INSS.

Na Bahia, entre as reivindicações, está a criação de uma superintendência regional.  Atualmente, os servidores estão vinculados à Superintendência de Pernambuco, o que tem prejudicado muito a gestão do INSS no estado.  Os trabalhadores também pedem a exigência de nível superior para as funções técnicas, melhoria das condições de trabalho, modernização de equipamentos e instalações, além do veto à extensão das gratificações GDAS. Na Bahia, os trabalhadores também pedem, já há alguns anos, uma superintendência regional.

No que se refere as melhores condições  de trabalho, está literalmente a melhoria nos espaços. Sem ar-condicionado e com ventiladores velhos, os servidores e os contribuintes passam por verdadeiros sufocos.  “Na agência da Avenida Sete, é um terror. Se estiver cheio, é todo mundo se abanando. Chega a ser insalubre para todo mundo”, reclamou  o taxista  Rosevaldo Souza dos Anjos 64 anos.

No último dia 12, ocorreu uma reunião no Sindiprev na Bahia, localizado em Nazaré,  com o objetivo de analisar, ao lado dos trabalhadores, os benefícios e desvantagens do ato de greve.
“É importante para um crescimento político de mudança para a categoria trabalhadora, o sindicato fica responsável como mediador e organizador do processo de luta pelos direitos da classe trabalhadora”, destacou, na ocasião, o coordenador do Sindprev, Edivaldo Santa Rita.

reivindicações dos trabalhadores, incluindo a exigência de nível superior para as funções técnicas, melhoria das condições de trabalho, modernização de equipamentos e instalações, além do veto à extensão das gratificações GDAS.

De acordo com o coordenador do SINDPREV, é preciso que se faça licitações para a contratação de serviços como reforma e climatização para as agências da Previdência. Segundo ele, as condições precárias prejudicam o atendimento, a produtividade dos servidores e traz desconforto para o segurado. A redução do número de agências também contribui para a lentidão nos processos de concessões de aposentadorias e benefícios, segundo o coordenador do SINDPREV. “Somente em Salvador e Região Metropolitana, perdemos postos importantes como Comércio, Praça da Sé e Candeias”, observa.
Ministério  – A entidade já havia notificado o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a possibilidade de paralisação. A pasta agendou uma nova rodada de negociação para ontem, mas sem sucesso até o fechamento desta edição.