Ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acontece em Copacabana, no Rio de Janeiro com discursos em tom religioso, críticas a Alexandre de Moraes e exaltação a Elon Musk, o dono do X que protagoniza há duas semanas um embate com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro chegou ao evento ao lado do governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) e do deputado federal e pré-candidato à prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem (PL).
A mobilização ocupa ao menos dois quarteirões lotados da avenida Atlântica, em Copacabana. Há apoiadores dispersados por pelo menos mais dois quarteirões. Em fevereiro, o ato em São Paulo ocupou quatro quarteirões da avenida Paulista.
Da mesma forma que fez antes da manifestação em São Paulo, no final de fevereiro, Bolsonaro pediu ao convocar seus correligionários que não levem bandeiras ou faixas. O objetivo é não piorar a situação do ex-presidente nos inquéritos em que é investigado. O pedido tem sido seguido até o momento.
“É difícil fazer encontro às 10h, talvez fosse melhor marcar à tarde. Com uma praia dessa é difícil. Mas as pessoas vão chegar”, disse o presidente do PL Valdemar Costa Neto, que lamentou não poder se comunicar com Bolsonaro porque é alvo de investigação sobre uma suposta trama golpista.
Costa Neto e o general Braga Netto, também impedido de se comunicar, falaram rapidamente no microfone antes da chegada de Bolsonaro.
Em discurso, Silas Malafaia chamou Moraes de “ditador da toga” e criticou o bloqueio de contas de bolsonaristas no âmbito dos inquéritos que investigam atos antidemocráticos. “Alexandre de Moraes é uma ameaça à democracia”, repetiu.
O pastor atacou também a imprensa e disse que a consulta de militares para instaurar uma GLO (Garantia de Lei e Ordem) não seria um ato golpista.
A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro fez discurso repleto de referências religiosas. Disse que estavam ali não por um homem ou uma mulher, mas por valores e “pelo reino de Deus estabelecido na Terra”.
Conclamou as mulheres a fazerem uma “política feminina e não feminista” e iniciou uma oração.
Ela afirmou ainda que o país já vive o versículo Lucas 2:12, que diz “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.
O versículo deu nome à operação da Polícia Federal que investiga um esquema de desvio de joias recebidas como presentes de autoridades estrangeiras pela Presidência da República no mandato de Bolsonaro.
Os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG) fizeram discurso exaltando Musk, que vem chamando Moraes de ditador devido a decisões de bloqueio de perfil no X (ex-Twitter).