A Fazenda São Jorge, localizada em Itabela, está no centro de uma intensificação do conflito agrário envolvendo herdeiros da propriedade e membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Nesta semana, o MST expandiu a ocupação para uma nova área adjacente às terras já ocupadas desde 2023, levando a um aumento nas tensões.
A confusão escalou quando um dos herdeiros da fazenda utilizou um trator para destruir parte das plantações feitas pelos sem-terra. Em resposta, membros do MST apreenderam a máquina, que só foi recuperada após a intervenção da Polícia Militar.
A situação é complexa por decisões judiciais conflitantes. Enquanto a Justiça local havia emitido uma ordem de reintegração de posse para a área ocupada no ano passado, o MST obteve uma medida provisória no STF que permite sua permanência na fazenda até uma audiência futura para discutir a questão da desapropriação.
O MST alega que a fazenda estava abandonada e não sendo utilizada de forma produtiva, contrariando as afirmações de Rúbia Pedra Laviola, proprietária e advogada, que sustenta que a terra é produtiva e estava sendo utilizada para pastagem de gado.
Além disso, o MST relatou que o acampamento Osmar Azevedo, onde vivem cerca de 300 famílias, foi alvo de ataques e ameaças por parte dos fazendeiros. Os incidentes incluíram a destruição de cultivos e ameaças de violência armada. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso denunciado ao Ministério Público Federal.
A disputa continua sem uma resolução definitiva, com as famílias do MST reivindicando o direito de usar a terra para agricultura e os herdeiros defendendo seu direito de propriedade. A decisão da Justiça, prevista para as próximas audiências, será decisiva para determinar o futuro da Fazenda São Jorge. A redação é do Radar News.