Uma matéria divulgada pelo jornal Correio 24horas destaca o crescimento de crimes cometidos por quadrilhas especializadas em sequestros de ciganos na Bahia. Os criminosos veem neles um potencial de “negócio”, pois as vítimas selecionadas são prósperas: normalmente comercializam veículos, terrenos, têm lojas. Além dos sequestros, a comunidade sofre também com as extorsões.
De janeiro deste ano, até agora, Rede Brasileira dos Povos Ciganos (RBPC) já registrou 04 casos. O sequestro mais recente aconteceu no dia 06 deste mês, na cidade de Ibirataia. Um cigano dirigia um carro quando foi surpreendido por quatro homens fortemente armados em um outro veículo. Ele foi deixado no dia seguinte em Feira de Santana, após a família entregar R$ 150 mil. “Largaram ele numa estrada de chão e com o rosto coberto. No local não havia câmeras. Eles analisaram todo o local para não deixarem pista alguma”, disse Rogério Ribeiro – presidente da Rede Brasileira dos Povos Ciganos (RBPC).
Em abril, um jovem de 18 anos foi sequestrado pela segunda vez em menos de um ano em Santo Antônio de Jesus. Ele ficou três dias no cativeiro e a família pagou pouco mais de R$ 200 mil pelo resgate. No mesmo mês, em Maracás, um cigano foi sequestrado enquanto jogava dominó em casa. Ele sofreu agressões graves e a família pagou entre R$ 200 mil e R$ 300 mil para libertá-lo. A vítima foi abandonada em Milagres. O mesmo grupo planejava sequestrar em Itiruçu, mas as vítimas fugiram ao tomar conhecimento do plano.
Segundo o RBPC informou à reportagem, os pedidos de resgate começam com os valores exorbitantes. “Tivemos casos que já pediram R$ 500 mil, R$ 1 milhão e até mais, mas vai reduzindo à medida que a negociação vai avançando. Em média, o valor acordado para pagamento fica entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. Quando a família não tem o valor todo em espécie, as quadrilhas exigem joias, pulseiras, alianças”, contou Rogério.
Apesar dos dados da RBPC, a Polícia Civil disse que este ano não há registros recentes de sequestro de ciganos na Bahia. “Nós tomamos conhecimento de alguns casos e chamamos as famílias aqui, mas ninguém vem. Já fomos às comunidades, mas as próprias vítimas e seus parentes negaram. A polícia trabalha com demanda. Ou seja, se não tem o registro das informações, a polícia não tem elementos para trabalhar”, declarou o delegado titular da Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), delegado Adailton Adan.
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