Psicólogo é preso por suspeita de abusar pacientes: “Mandou abrir as pernas”

Um psicólogo foi preso em flagrante nesta sexta-feira, 14, na cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, suspeito de abusar de pacientes durante consultas. A prisão foi efetuada por equipes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM/Camaçari).

Uma das vítimas, de 41 anos, contou que, durante as consultas, o profissional mantinha contato físico, tentando chegar na parte íntima dela. Na última tentativa, que ocorreu nesta sexta, ela conseguiu gritar e pedir ajuda.

“Na primeira sessão, eu já achei estranho ele tentar se aproximar muito. Não entendia o porquê de estar tão perto. Questionei, mas ele disse que fazia parte do procedimento, que era necessário para causar ‘sensações’. Ele repetia isso muitas vezes. Fui embora e logo ele me mandou uma mensagem no celular, dizendo que poderíamos manter uma conversa virtual também. Hoje, em mais uma consulta, ele veio me acariciar, tentar passar a mão em mim. Foi nesse momento em que eu gritei pedindo ajuda e a polícia chegou a tempo”, contou apavorada.

O profissional foi identificado como Francis Santana, de 34 anos. Ele atuava em uma associação de moradores no bairro do Gravatá de forma gratuita, visando atender pessoas vulneráveis e sem condições de arcar com um atendimento psicológico.

Mais vítimas

Esse, no então, não foi o único caso. Após prisão de Francis, outras mulheres também tiveram coragem de denuncia-lo. Jana Viana foi uma delas. Em entrevista ao Portal A TARDE, ela relembrou, com tristeza, as consultas invasivas que o psicólogo mantinha.

“Comecei a fazer consulta em dezembro de 2023 quando eu perdi meu bebê. Estava bem debilitada por conta da perda. Marcamos a primeira consulta e fui no consultório. Chegando lá, ele pediu para eu deitar em um sofá. Até então, achei normal. Depois ele mandou eu mostra-lo qual parte do meu corpo eu não gostava e fez uma “dinâmica” com massagens nesses locais. Massageou meus pés e comecei a me sentir desconfortável e pedi para parar”, contou.

Porém, as ações não terminaram por aí. Agindo da mesma forma, ele mandou mensagem no WhatsApp de Jana para que as consultas continuassem, orientando que fossem de forma online.

“Me pediu fotos que eu mais gostava para que ele pudesse colocar na minha pasta. Enviei fotos normal do meu dia a dia. Marcamos a segunda consulta por chamada de vídeo, foi quando eu realmente vi que tinha algo errado. Não era uma chamada normal. Ele pediu para que eu deixasse meu celular parado em algum lugar que ele conseguisse ver meu corpo todo e pediu para que eu abaixasse a roupa, dizendo que era consulta de autocuidado. Mandou eu pegar um espelho e tocar meu corpo. Por várias vezes na consulta eu reclamei sobre isso. Falei que eu estava procurando cuidados porque estava debilitada por conta da minha mente e não do meu corpo”, desabafou .