O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o tribunal faça o requerimento para aprofundar as investigações sobre a falsificação de certificados de vacinas da Covid pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.
O pedido vem após a Polícia Federal ter indiciado o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas por crimes como associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Em delação premiada, Mauro Cid afirmou que teria sido o próprio Bolsonaro que teria pedido a falsificação dos certificados dele e de sua filha, Laura Bolsonaro. De acordo com a PF, a fraude estaria ligada à tentativa de golpe de Estado orquestrada pelo entorno do ex-presidente após a eleição presidencial de 2022.
Com o requerimento, e caso o relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Morais, aprove o pedido, o inquérito voltará para as mãos da Polícia Federal, que deverá fazer novas diligências para reunir mais elementos que comprovem a fraude.
“É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano. Ao menos seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático. A notícia é relevante para a avaliação dos tipos penais incidentes no episódio”, afirma Gonet no pedido.
Segundo os investigadores da PF, o esquema de fraude dos cartões de vacina poderia ter sido utilizado para ” permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023”.