A Bahia segue sofrendo com a dengue. A doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti segue fazendo vítimas no estado, com a mais recente sendo uma criança de quatro anos, que faleceu em Feira de Santana, segundo maior município do estado. Com esta morte, agora são 86 casos de óbitos registrados pela doença, segundo informa o painel de monitoramento da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
Segundo o boletim da Sesab, o número de casos prováveis da dengue chegou a alarmantes, mais de 218 mil no estado, enquanto os casos classificados como graves totalizam 3.536. A maioria das vítimas são do sexo feminino e de cor parda, com mulheres representando 56% dos infectados e pessoas pardas constituindo 59% dos casos prováveis. A faixa etária mais afetada é a de 20 a 29 anos, com mais de 43 mil registros da doença.
Na capital, conforme informa a secretaria, foram notificados mais de oito mil casos prováveis da doença, dos quais 115 são graves. Apesar da alta incidência, a cidade ainda não registrou nenhum óbito relacionado à dengue. A cidade de Vitória da Conquista, localizada no sudoeste baiano, registra o maior número de óbitos por dengue no estado, com 19 das 86 mortes confirmadas.
Até o momento, mais de 158 mil doses da vacina contra a dengue foram aplicadas em toda a Bahia. A vacinação é uma das principais medidas para conter a disseminação da doença, além das campanhas de conscientização sobre a importância de eliminar focos do mosquito transmissor do vírus.
A equipe da Tribuna da Bahia entrevistou o infectologista Evaldo Stanislau, para abordar com mais detalhes sobre a dengue e os cuidados que precisamos ter com esta doença. O infectologista ressaltou porque existem faixas etárias mais propicias a serem contaminadas, uma vez que sofra a picada do mosquito. “Há um fator da falta de imunidade de uma geração de pessoas. A população vai se sucedendo e muitas crianças e jovens não tiveram contato com o vírus, enquanto pessoas mais velhas, que já tiveram dengue, possuem uma vacina natural de imunidade contra a doença”, pontuou o infectologista.
O especialista ainda explicou como podemos saber se estamos com a dengue ou se não é outra doença. “A pessoa que se sente doente, com um grande mal-estar, dor intensa, febre e manchas no corpo é bem provável que tenha dengue. A pessoa infectada com dengue pode apresentar uma melhora em torno do terceiro dia de contaminação e depois aparecem complicações como dor abdominal, falta de ar e pequenos sangramentos, na gengiva, por exemplo. Em casos mais graves, a doença vai continuar evoluindo e a pessoa começa a apresentar quadros como confusão mental, sonolência, queda importante da pressão arterial e até mesmo coma”, explicou Evaldo.