Iniciativa criada pelo governo federal para inibir os roubos e furtos de aparelhos celulares em todo o Brasil, o aplicativo Celular Seguro já tem mais de 2,1 milhões de pessoas cadastradas no país. Conforme o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), responsável em criar o aplicativo em dezembro de 2023, pelo menos 66,5 mil alertas de bloqueios já foram realizados. A Bahia é o terceiro estado com maior número de bloqueios: 5.364. Na liderança está São Paulo, com 19.263 aparelhos bloqueados, seguido de Rio de Janeiro, com 9.624.
No caso do usuário da plataforma emitir um alerta, além do bloqueio às contas dos bancos parceiros, as operadoras de telefonia bloqueiam os chips dos telefones roubados, furtados ou extraviados. Dos 66,5 mil alertas de bloqueio no país, 30.086 foram por roubo, 21.709 por furto e 1.367 por ‘outros’ motivos.
Em um momento de insegurança pelo qual passa o estado baiano e Salvador, o aplicativo vem a calhar: afinal, são os celulares os principais alvos dos criminosos. De acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado dia 18 de julho, crimes como este passam de 63.311 em 2022 para 73.907 em 2023. Um crescimento de 16,7%.
A capital baiana fica em quarto lugar no ranking das cidades com maiores taxas de roubo e furtos de celulares. Segundo o Anuário, em Salvador são 1.716,6 roubos de celulares a cada 100 mil habitantes. Em quinto lugar, está Lauro de Freitas, com taxa de 1.695,8. À frente das duas cidades baianas estão São Paulo (1.781,6), Teresina (1.866) e Manaus (2.096,3).
O objetivo do Celular Seguro é facilitar a vida do usuário. Com o bloqueio das linhas, dispositivos e aplicativos digitais, reduzem os riscos das vítimas sofrerem diversos golpes. Dessa forma, evita-se também que bandidos utilizem os chips para clonar o WhatsApp e redes sociais. Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também efetua o bloqueio do aparelho, a partir do IMEI, que é a identificação de cada celular.
A proposta do Celular Seguro é não só desestimular o mercado ilegal dos aparelhos furtados e roubados, mas, também, proteger as instituições e recursos financeiros, com alertas. “Estamos em constante aprimoramento para que o Celular Seguro fique cada vez mais simples de usar, oferecendo mais segurança ao cidadão. Neste ano, lançamos uma nova versão da ferramenta, além de estarmos em fase final para incorporar uma iniciativa desenvolvida pelo governo do Piauí, com foco na recuperação dos aparelhos roubados. É um compromisso e uma prioridade do Ministério da Justiça e Segurança Pública oferecer soluções tecnológicas, que fazem diferença na vida da sociedade”, destaca o secretário-executivo do MJSP, Manoel Carlos de Almeida Neto.
Um policial civil que prefere não ser identificado conta que estes crimes são os mais comuns porque a população costuma “dar bobeira” nas ruas. “As pessoas são muito viciadas em celular e não conseguem passar um minuto sem ficar olhando. Caminham nas calçadas olhando pras redes sociais, com celular na mão. É um prato cheio para a bandidagem”, comenta. Além disso – acrescenta ele – é a partir do celular que o criminoso vai tentar aplicar os diversos golpes. “Daí a importância desse aplicativo do governo federal. Facilita muito a vida da polícia se todo mundo começar a se cadastrar”, afirma.
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 78% dos roubos de aparelhos aconteceram em vias públicas em 2023 e 44% dos furtos em ruas e avenidas. É no final de semana que houve mais registros de furtos de celulares: 35% nos sábados e domingos. Os roubos, quando há violência, tiveram mais incidência entre terça-feira e sexta-feira.
ACESSO
O acesso ao Celular Seguro é feito com o mesmo login do site gov.br. O usuário pode acessar a ferramenta diretamente no navegador da internet pelo computador por meio do site https://celularseguro.mj.gov.br/ ou pelo aplicativo, disponíveis na Play Store (Android) e na App Store (iOS/iPhone).