O encontro recente entre o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o presidente do PP na Bahia deputado federal Mário Negromonte Jr. não só marcou a retomada do diálogo como pode ter selado a volta do partido ao grupo aliado do PT no estado. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, um acordo já teria sido ajustado com um espaço na gestão estadual.
Interlocutores da cúpula governista sinalizaram que o pacto envolveria a indicação de um representante do partido na secretaria de Planejamento. O espaço já foi ocupado pelo PP, com o então vice-governador do estado João Leão, que foi exonerado no início de 2022, após o reposicionamento do partido nas eleições daquele ano. Atualmente, a pasta é ocupada por Cláudio Peixoto, que deve deixar o cargo. Peixoto era chefe de gabinete da Seplan, assumindo a pasta com a saída de Leão e permanecendo durante a nova gestão de Jerônimo.
O movimento, inclusive, já teria data agendada para acontecer: 7 de outrubro. A segunda-feira após primeiro turno das eleições municipais seria o prazo estabelecido para realizar o anúncio do retorno do partido à base do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Passado o pleito, o cenário no interior do estado estaria mais consolidado, possibilitando que os “novos e velhos prefeitos” da legenda sejam contabilizados como integrantes do grupo.
A arrumação passa por uma integração do partido com o governo. O entendimento das lideranças governistas é que o maior desafio para reconstruir a relação seria o próprio PP, que possui um intenso debate interno. Entre as garantias dadas para ambos os lados é que, com a formação dos palanques, os acordos poderiam ser mantidos, porém com uma condição: o partido inteiro na base depois do pleito.
O movimento é encarado como “teste de fogo” para o presidente Mário Jr., já que o ajuste estaria relacionado a uma imposição a ala “dos Leões”. Mesmo em número menor, Leão ainda possui forte ascendência em Brasília, principalmente com o atual presidente da legenda, senador Ciro Nogueira. Ciro, inclusive, garante que, se dependesse dele, o Progressistas estaria longe da administração petista.
“Eu faço oposição ao governo e não ao Brasil. O governo tem sido um desastre até agora, se dependesse de mim não estaríamos com nenhum membro do nosso partido compondo o governo”, comentou o senador em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, no mês de junho.
LISTA NA MÃO
O desentendimento entre o Progressistas e o União Brasil na Bahia ganhou novos contornos ao longo no período pré-eleitoral. Após o Bahia Notícias divulgar que a adesão do União à pré-candidatura de oposição em Paulo Afonso pode levar a um “racha completo” entre as legendas, uma fonte ligada ao PP baiano revelou que o presidente do partido, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, providenciou “reação imediata”.
A insatisfação culminou ainda em um ato de Mário Jr., onde o comandante dos Progressistas solicitou a todos os deputados uma lista de municípios que tenham acordos e alianças entre a legenda e o União Brasil.