O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o recurso da defesa de Anderson Torres, que pedia a soltura do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, em ação nesta quarta-feira, 1º. O movimento é visto como um passo para o avanço contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo investigadores que acompanham o caso Torres, com base em depoimentos revelados pela coluna Radar, da Veja, nesta quinta-feira, 2.
O ex-chefe do Executivo é alvo de investigação que envolve suspeita de corrupção no gabinete presidencial, quando ainda ocupava a cadeira do Palácio do Planalto. As apurações associam os atos golpistas do dia 8 de janeiro deste ano, que aconteceram em Brasília.
As investigações ainda caminham para a conexão entre Bolsonaro e Torres, que estavam nos Estados Unidos quando os ataques aos Três Poderes aconteceram. As suspeitas é de que a mobilização dos bolsonaristas contou com o auxílio de dinheiro vivo proveniente de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
Diante do cenário, segundo os investigadores, não existe dúvida de que Bolsonaro é a figura principal dos crimes que servem de justificativa para a prisão de Torres. Alexandre de Moraes pontuou fatos como a formação de uma “organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas” no caso da prisão do ex-secretário de Segurança.
Moraes ainda destacou a “minuta golpista” encontrada na casa de Torres, na decisão contra Torres. “No que diz respeito especificamente à ‘minuta de decreto’, a Procuradoria-Geral da República ressaltou a probabilidade de que, em liberdade, Anderson Gustavo Torres coloque em risco o prosseguimento das investigações, a colheita de provas e, por conseguinte, a persecução penal”.
Em movimento recente, a Advocacia-Geral da União solicitou à Justiça do Distrito Federal a condenação em definitivo de 40 pessoas que foram presas por participação no ato golpista do dia 8 de janeiro, quando radicais bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os réus não foram identificados, já que os processos tramitam em segredo de Justiça.