Se o rumo das boas práticas políticas desemboca na construção de uma sociedade em que todos vivam em paz e harmonia, como dita a ciência política, é óbvia a conclusão: o alvo está tão distante que se caracteriza como uma utopia, não?
Que triste, é bem pior do estar longe disso. Com tiroteios espoucando por todos os lados, fica a sensação de que estamos involuindo, caminhando para trás, piorando um cenário que já é muito ruim.
Com um agravante da pesada: ataques em escolas estão cada vez mais frequentes, 24 nos últimos 20 anos, o penúltimo em São Paulo semana passada e o ataque a uma creche em Blumenau ontem (nesse caso, com arma branca).
Braços cruzados —Segundo a ONG Fogo Cruzado, em Salvador e Região Metropolitana foram 118 tiroteios em fevereiro com 103 baleados e 79 mortos. Em março, mês passado, piorou. Foram 136 tiroteios, 140 baleados, 110 mortos.
Mais que isso, prefeitos dos quatro cantos da Bahia queixam-se que a cada dia perdem espaços de governança para bandidos armados. Com o detalhe: pelo menos um deles passou um grande perrengue acuado por bandidos.
Ora, estatísticas são reflexos de uma realidade pulverizada. O que se vê é a situação se agravar em cidades grandes e pequenas. Mais grave ainda é saber que a nossa representação em Brasília passa a sensação de que não está nem aí.
Bolsonaro até tocou no assunto ao modo dele, ao sugerir que cada um compre o seu fuzil. E só. Como se vê, a vida está cada vez mais infernal. E quem não gostou que se dane.