O governador Jerônimo Rodrigues (PT) descartou mais uma vez qualquer intervenção na segurança pública da Bahia diante da onda de violência que tem afetado o estado nos últimos meses. Durante o desfile do 7 de Setembro no bairro do Campo Grande, em Salvador, nesta quinta-feira (7), o petista afirmou que falar em intervenção da Força Nacional de Segurança é colocar a “população em cheque”.
“Vocês se recordam muito bem que naquele fatídico 8 de janeiro, a Bahia enviou homens para ajudar e não foi intervenção, foi parceria. Nós enviamos homens e mulheres para ajudar no restabelecimento do quadro democrático e pacífico do nosso estado brasileiro. Agora, quando alguns arriscam falar dessa forma, lembra que a gente coloca a população em cheque, em risco de insegurança, não é bom para gente”, considerou em entrevista à imprensa.
Segundo o governador, as Polícias Civil e Militar têm agido com eficiência e utilizado o sistema de inteligência para identificar as ações de facções criminosas no estado, e nos bairros da capital baiana.
“No ato na segunda-feira ali na Federação, de pronto no sábado e no domingo a nossa inteligência já sabia e já estava de pronto. Tanto é que vocês dos meios de comunicação quando estavam transmitindo o ato a polícia chegou junto ou antes de vocês, da mesma forma no Engenho Velho de Brotas”, disse.
Nas ações citadas, Jerônimo ainda sinalizou que a PM não “saiu do tom”. De acordo com o governador, as mortes acabam acontecendo nos confrontos entre policiais e suspeitos, “mas a orientação nossa não é essa, a nossa orientação é que a gente possa buscar todos em vida, os reféns para devolvê-los a família, pro seu lar e até mesmo os criminosos para que através deles a gente possa, com a inteligência, detectar onde é que está a origem do envio, do mando”.
Durante a entrevista, Jerônimo Rodrigues também criticou aqueles que tentam “desgastar” a imagem da polícia com viés político, de olho nas eleições de 2024. “Eu não trabalho com a perspectiva de cuidar da segurança pública de olho nas eleições. Se tem alguém cuidando desse tema, preocupado, querendo desgastar, pedindo cabeça de comandante, é uma irresponsabilidade. Nós não vamos permitir qualquer afronta ou qualquer desgaste da nossa Polícia Militar e Civil“, disparou.
“Eu preciso é que pessoas que estão hoje fazendo esse tipo de desgaste, que reconheçam na Polícia Militar e na Polícia Civil a coragem, a desenvoltura e o compromisso de botar uma farda e ir para dentro dos bairros fazer a proteção da comunidade. Nossa ordem é essa: direitos humanos e uma Política Militar firme”.
Jerônimo garantiu que já existe uma parceria entre as Polícias Civil e Militar da Bahia com a Polícia Federal, tanto nas ações de intervenção quanto no esquema de inteligência.
“Nós estamos fazendo as nossas agendas permanentes, as operações que a gente faz não são só em Salvador, estamos fazendo por aqueles municípios que apresentam alguns indicadores de violência maior”, pontuou.
Na avaliação do petista, nesses oito meses de gestão o governo estadual conseguiu reduzir os índices de violência. “Estamos com números melhores, muito melhores do que os anteriores”.
“Então, se existe um clima de insegurança e eu aqui reafirmo, existe em alguns lugares, mas existem também pesquisas de quem desenvolve isso. Nós temos orientadores de melhor de violência, de morte de apreensão de armas na quantidade, apreensão de veículos roubados ”, falou.
“Nós já estamos com um pouco mais de 1.070 prisões sem usar uma bala, sem usar uma violência. Então nós estamos sim atentos, se precisar [de intervenção federal] não terei problema, mas não há ambiente para agora nem para gente poder duvidar ou vacilar, porque não é preciso a intervenção do Governo Federal. Estamos tranquilos e firmes com isso”, cravou.