Médica agredida por pacientes em seu plantão, conta detalhes da violência

A médica agredida por um pai e filha em um hospital de Irajá, zona norte do Rio de Janeiro, contou detalhe dos momentos de violência que sofreu dentro da unidade de saúde. Sandra Bouyer afirmou que, quase uma semana após o ocorrido, ainda sente dores por todo o corpo.

Sandra afirmou que ainda sente dores nas pernas, nos braços, boca e olho.

“No rosto todo de forma geral”, comentou. A médica contou como André Luiz do Nascimento Soares, 48 anos, e a filha Samara Kiffini do Nascimento Soares, 23, chegaram ao hospital e começaram as agressões.

Segundo ela, André estava com a mão atrás da bermuda como se portasse uma arma. “Ele [André] entrou dizendo que ia estourar todo mundo. Me encontrou [sic] no corredor e partiu direto para cima de mim. Primeiro levei o soco. Cai no chão e levei um empurrão, um chute. Quando fui levantar, levei um pisão na perna”, relatou Sandra.

A profissional da saúde ainda comentou que André e Samara estavam em uma área restrita do hospital onde havia pacientes internados, sendo alguns em estado grave.

Plantão

A médica ainda revelou que o plantão do dia 17 de julho era o quinto consecutivo em que ele cuidava sozinha da unidade de saúde. “Assumi o plantão sozinha com 40 internados no andar e mais 20 internados em estado grave. Esse plantão foi quinto seguido que eu estava sozinha”.

“Ele [André] tinha um corte no dedo que, a princípio, nem precisava de ponto. Foi classificado como paciente sem gravidade. Mas ele se revoltou e exigiu atendimento”, afirmou Sandra.

Pai e filha foram presos em flagrante por homicídio doloso, quando se assume o risco de matar.

Relembre o caso

Na madrugada do último domingo (16/7), pai e filha foram presos em flagrante após agredirem Sandra. A médica foi agredida por André e Samara com socos e chutes.

Insatisfeitos com a demora para o atendimento, pai e filha começaram a quebrar o local. Devido à confusão, uma idosa, Arlene Marques da Silva, em estado grave, morreu.

Sandra era a única profissional no plantão do hospital. Confira desabafo da médica:

“Nessa madrugada, fui vítima da precariedade e insegurança dos trabalhadores na Saúde. Agredida fisicamente por um homem que não soube ouvir não e sua filha completamente alterados, enquanto eles e outros destruíam portas, cadeiras e ameaçavam pacientes e toda a equipe. Sem nenhum segurança”, escreveu a médica.