O governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou sobre o atual cenário da segurança pública na Bahia e avaliou que, com o avanço das facções, se criou uma “instabilidade” pelas disputas de território. A análise ocorreu nesta segunda-feira (12), em entrevista para a centésima edição do podcast Projeto Prisma, do Bahia Notícias.
“Para mim a motivação foi essa movimentação que teve do crime organizado que eles criaram instabilidade. Não sou da área, mas o sentimento é que eles [organizações criminosas] estão passando por uma convulsão. De um lado eles cresceram e a disputa entre eles exige espaço. Não adianta a gente ficar dizendo que é um problema de um município, ou da Bahia, é um problema internacional”, avaliou o governador.
Jerônimo também disse que a gestão estadual tem feito investimentos na infraestrutura da segurança pública, mas ressaltou que o executivo da Bahia possui um “limite”. O gestor afirmou que chegou a se reunir com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, nas últimas semanas para discutir a segurança pública.
“Eu fui a Brasília para me reunir com o ministro Lewandowski. Pedi ajuda, falei ao ministro: ‘Nós estamos fazendo nossa parte, estamos fazendo investimentos em delegacias, em pelotões, em viaturas, em inteligência, mas tem um limite nosso’. Eu não posso entrar para buscar em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, fazer na fronteira o que não é papel nosso, é papel da inteligência nacional. Assim como as organizações têm sua inteligência nacional. Isso cria mais uma instabilidade”, afirmou Jerônimo.
Questionado sobre a “falta de sensação” de segurança na Bahia, o governador destacou projetos da gestão para além dos investimentos na polícia. Além disso, Jerônimo também relacionou a sensação de insegurança por parte da população com a movimentação do crime organizado no estado.
“Nós reeditamos o Pacto pela Vida, montamos uma comissão e criamos o Bahia Pela Paz, que é uma agenda de segurança pública além da polícia. O que para mim ainda traz a consequência dessa insegurança é justamente a movimentação do crime organizado. Mas nós temos tido operações diárias. Me parece que o sentimento de insegurança mais forte é por essa movimentação nas comunidades violentadas, que estabelecem essa cadeira do crime organizado. Mas eu tenho muita fé na Polícia Militar e na Polícia Civil”, disse Jerônimo.