O Hospital Geral Prado Valadares – HGPV, unidade inserida no Sistema único de Saúde, pertencente a rede estadual da Saúde, atende cerca de 26 municípios do Médio Rio de Contas e do Vale do Jiquiriçá e funciona em Jequié desde 31 de março de 1947, com 76 anos de fundação completados nesta sexta-feira (31). A unidade é uma das mais estruturadas do interior baiano e conta com os serviços de emergência, terapia intensiva, traumatologia e ortopedia, pediatria, e oeurocirurgia, além de outras especialidades, tais a exemplo do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia. Em março de 2022, num espaço anexo ao antigo prédio do HGPV foi inaugurado pelo então governador Rui Costa uma ala pediátrica, cujo local foi batizado de Hospital da Criança, um avanço na saúde pública da região. Entretanto, com um ano de funcionamento a unidade estaria enfrentando sobrecarga para atendimento de crianças, segundo a diretora do HGPV, Ana Paula Camargo.
Em entrevista a Rádio 93 FM, Ana Paula foi indagada sobre vários assuntos, inclusive negou uma informação que circulou em rede social nesta semana, dando conta de que o Hospital da Criança estaria registrando surto de influenza, mas revelou um número crescente de atendimentos. ”Esse é um ponto crucial para a gente tentar resolver. O Prado hoje vem sobrecarregado com a questão do atendimento ambulatorial. Os municípios precisam assumir o seu papel, de atender os pacientes que não são de emergência para não sobrecarregarem o Prado. Nós temos semanas, com dias que a gente atende de 250 a 260 crianças nas 24 horas e no hospital adulto já chegamos a atender 380 pacientes. Então, teve um dia que o atendimento do Prado passou a ser de 720 pacientes em 24 horas, com o adulto e o pediátrico. Isso é um absurdo. Temos dois profissionais atendendo adulto e três profissionais atendendo criança e dessa forma a gente não consegue”, disse a diretora, conforme apurou o Blog do Marcos Frahm, ao se referir ao plantão dos profissionais que atende na unidade. ”A atenção básica precisa refletir a atenção básica, porque o Prado não é atenção básica, tem um protocolo de atendimento”, desabafou.
Indagada sobre o surto de influenza que estaria acometendo crianças, a diretora negou e afirmou que foram registrados, no mês de março, oito casos de influenza, mas que a situação estaria controlada. ”Existe uma demanda muito grande de pessoas gripadas. Só que as pessoas gripam e vão para o Prado, gente. Pelo amor de Deus, a atenção básica precisa ajudar a gente”, apelou Ana Paula.