O valor de R$ 10 milhões, estimado pela Receita Federal como montante sonegado por duas empresas de Ilhéus que viraram alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (11), é a ponta do iceberg que pode ser muito maior. O valor corresponde aos impostos sonegados apenas nos anos de 2017 e 2018, os anos iniciais da atividade ilícita dos empresários. Chefe da Delegacia da PF em Ilhéus, Adair Gregório explica que as investigações continuam e mais dinheiro sonegado pode aparecer.
“Parte dessa sonegação que a gente está apurando desde o ano de 2017. Então, desde essa época, eles já estavam cometendo o crime. A gente já identificou mais de R$ 10 milhões, mas sabemos que tem mais coisa grande. Por hora, em dois anos, em 2017 e 2018, foi identificada essa sonegação”, diz.
Na Operação Xepa, que cumpriu dez mandados de busca e apreensão em locais ligados às empresa, a PF tinha como alvo mídias e celulares que pudessem identificar outros integrantes do grupo criminoso. No cumprimento dos mandados, duas pessoas foram presas em flagrantes por estarem em posse de armas de fogo e munição.
O grupo investigado é formado por pelo menos três empresas de distribuição, mais duas patrimoniais, utilizadas para ocultação dos bens, e diversas pessoas físicas. As empresas eram formadas por “laranjas”, pessoas que eram parentes dos empresários, mas que não tinham poder de gestão nas empresas e eram delegados por meio de procurações bancárias ou cartoriais.
De acordo com a PF, até o momento, todos investigados são parte da mesma família. O processo fraudulento consistia na sonegação dos impostos e na circulação dos valores para empresas patrimoniais que adquiriam imóveis em Ilhéus e Itabuna.