O governo federal decidiu que o horário de verão não será retomado em 2024, com uma nova avaliação prevista para 2025. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (16/10) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em coletiva de imprensa. Segundo o ministro, a adoção da medida só será considerada se for “estritamente necessária”.
Apesar da recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) em setembro, Silveira afirmou que a situação das chuvas e dos reservatórios de hidrelétricas melhorou, eliminando a urgência de adiantar os relógios neste ano.
“Não há necessidade”
Após reuniões com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a decisão foi balizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Na última reunião com o ONS, concluímos que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período”, afirmou Silveira.
O governo apresentou novos estudos que mostraram os benefícios da medida. Um dos relatórios indicou que, se adotado, o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões em 2024, aumentando para R$ 1,8 bilhão por ano se implementado a partir de 2026.
“Segurança energética assegurada”
De acordo com Silveira, o benefício econômico da mudança de horário não justifica sua adoção imediata. “Temos a segurança energética assegurada e estamos começando um processo de restabelecimento hídrico”, declarou.
Implementar a medida neste ano poderia causar confusões, especialmente durante o segundo turno das eleições municipais em algumas regiões, e complicar a logística de setores essenciais, como saúde e aviação.
Uma história de mais de três décadas
O horário de verão, que era adotado entre outubro/novembro e fevereiro/março, foi descontinuado em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro, após mais de 30 anos em vigor. Desde então, o governo tem estudado as possíveis vantagens do adiantamento dos relógios.
O CMSE, em comunicado recente, endossou a ideia de retomar o horário de verão, ressaltando que a medida pode ajudar a deslocar o pico de consumo para horários com maior geração solar, diminuindo a necessidade de usinas termelétricas e a emissão de gases.
“O momento de 2019 justificou a descontinuação do horário de verão, mas agora, com o deslocamento do pico de consumo, adiantar o relógio pode ser uma boa solução”, explicou Diogo Lisbona, especialista em energia da FGV.