Em meio ao debate acerca da importância da preservação ambiental, a exploração de animais silvestres nas redes sociais acendem o alerta de especialistas para o aumento do tráfico na Bahia. Nas últimas semanas, dois casos foram registrados em Salvador.
Na segunda-feira, 22, vinte aves silvestres foram resgatadas de um cativeiro no bairro Jardim Cajazeiras, por equipes da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) da Polícia Militar. No último dia 12, mais de 100 pássaros silvestres também foram encontradas em uma casa localizada em Matatu de Brotas, ainda na capital baiana.
De janeiro deste ano até o último dia 15, mais de 500 resgates de animais foram feitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) na Bahia, como revelam dados dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do órgão. As ações ocorreram em Porto Seguro, no sul baiano, e em Salvador.
Na análise do cenário de 2022, os Cetas notificaram 1.808 apreensões de animais silvestres em todo o estado. A maioria foi realizada em Salvador, um total de 1.167. As apreensões foram realizadas pelo Ibama, pela Polícia Militar Ambiental dos estados e pelos demais órgãos fiscalizadores.
A maior parte dos resgastes são dos chamados passeriformes, uma ordem da classe de aves robusta, que abrange quase 6 mil espécies. A estimativa é que entre 45 e 60 mil animais sejam apreendidos todos os anos em operações de fiscalização, ainda segundo levantamento do Ibama.
Diante da ameaça que a modalidade de tráfico causa à biodiversidade, o analista ambiental do Ibama, Roberto Cabral, destaca que a ‘humanização’ de animais silvestres nas redes sociais pode ser um agravante no atual cenário. Cabral exemplifica um caso de notória repercussão: o da capivara Filó, mantida como bicho de estimação pelo influenciador Agenor Tupinambá, do Amazonas.