Em seis meses, Bahia registra mais de 35 mil casos de dengue

O alto índice de casos de dengue na Bahia tem chamado atenção de entidades de saúde, especialistas e até da própria população, que nos últimos meses, tem frequentado unidades de saúde superlotadas de pacientes com os mesmos sintomas da doença. De acordo com a  Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em 2023, no período de 1º de janeiro a 15 de julho, (dados acumulados referente a SE 28, atualizados no dia 18 de julho), foram notificados 35.567 casos prováveis de dengue no estado, sendo 7.939 somente em Salvador, no mesmo período.

No mesmo período de 2022, foram notificados 30.163 casos prováveis, o que representa um incremento de 17,9%. Isso significa um aumento alarmante, já que 23 municípios decretaram situação epidêmica, quando analisadas as últimas quatro Semanas Epidemiológicas (SE). Além disso, a Saúde informou que já são nove mortes confirmadas pela Câmara Técnica Estadual de Investigação de Óbito.

Entre os municípios com maiores Coeficientes de Incidência (CI) de Dengue, estão:

Municípios em epidemia de Dengue de acordo com as últimas quatro Semanas Epidemiológicas:

O coordenador de infectologia do Hospital Mater Dei, Victor Castro Lima, este aumento se deve ao período de chuvas, principalmente na região metropolitana de Salvador, que é uma localidade onde os especialistas observaram o aumento do número.

“As chuvas, junto com as temperaturas quentes, levam a um clima justamente quente e úmido que é muito favorável à proliferação dos reservatórios do mosquito Aedes aegypti, que é o mosquito vetor, transmissor da dengue. Com a proliferação desses reservatórios, tem mais mosquitos que picam pessoas infectadas e acabam transmitindo para outras”, explicou o infectologista.

Entre os milhares de casos na capital baiana, está o de Eduardo Rodrigues e o seu filho Filipe, de apenas 15 anos, que teve a doença diagnosticada na última quarta-feira, 19, após várias idas ao hospital. “Ele estava se queixando de dor na barriga, muita febre, diarreia, enjoo e pressão sanguínea baixa. Quando aferimos estava em 90/30. Imediatamente o levamos a um hospital particular, onde foi diagnosticado uma bactéria no intestino, na madrugada de domingo, 16. Depois, ele começou o tratamento com antibiótico e, com três dias, a febre não havia melhorado e decidimos retornar ao hospital, onde foram realizados novos exames de sangue, e, desta vez, chamou atenção da médica o nível baixo de plaquetas dele. Foi quando ela decidiu fazer o teste de dengue que deu positivo”