O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se reuniu nesta quarta-feira, 24, para definir o novo relator para analisar o caso do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
O parlamentar, que é alvo do pedido de cassação no colegiado, participou da reunião por videoconferência para se defender sobre o caso. Chiquinho Brazão está preso na Papuda, em Brasília, desde março, após a deflagração da operação que o identificou junto com o seu irmão Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
“Sou inocente e vou provar. Sei que não há muito o que dizer”, declarou o parlamentar.
Na oportunidade, ele também insinuou que, por causa da relevância do crime, os deputados estariam sofrendo pressão da mídia. “Ao final de tudo isso, eu provando e provarei a minha inocência, que pudessem aqueles que eu já ouvi se retratar futuramente em relação à minha família”, disse.
O presidente do Conselho de Ética, deputado Leur Lomanto (União-BA), informou que, mesmo não sendo o momento da defesa, o representado tem o direito de usar a palavra. Chiquinho Brazão havia pedido na Justiça para participar da reunião.
A defesa do deputado, no entanto, só poderá ser apresentada depois da escolha do relator, que deve ficar para a próxima reunião.
Lista tríplice
As regras preveem que, em processos de cassação, três integrantes do Conselho de Ética sejam sorteados. O presidente escolhe o relator a partir dessa lista tríplice.
Quatro deputados sorteados para comporem essa lista já desistiram: Ricardo Ayres (Republicanos-TO), Bruno Ganem (Podemos-SP), Gabriel Mota (Republicanos-RR) e Rosângela Reis (PL-MG).
Hoje o colegiado sorteou o nome de Jorge Solla (PT-BA) para completar a lista ao lado de Jack Rocha (PT-ES) e Joseildo Ramos (PT-BA).