A China anunciou a suspensão de todas as importações de carne de frango e derivados provenientes do Brasil, medida tomada após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O comunicado foi feito pela Administração Geral de Alfândegas da China e representa uma ampliação significativa do embargo às carnes brasileiras.
O governo brasileiro já considerava a possibilidade de um embargo total desde o surgimento do primeiro caso da doença em uma granja comercial, mas havia solicitado à China que as restrições fossem limitadas apenas ao município afetado. O pedido, no entanto, foi ignorado por Pequim, que optou por uma proibição nacional, seguindo os protocolos sanitários estabelecidos entre os dois países.
Além da suspensão das importações, as autoridades chinesas determinaram que todos os resíduos animais e vegetais provenientes do Brasil, transportados por navios, deverão passar por inspeção e tratamento sob supervisão aduaneira antes de qualquer descarte.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e, em 2024, enviou cerca de US$ 10 bilhões em produtos do setor para o exterior, o que corresponde a aproximadamente 35% do comércio global. A China é o principal destino dessas exportações, respondendo por mais de 10% das vendas brasileiras.
Atualmente, o Ministério da Agricultura do Brasil investiga 13 casos suspeitos de gripe aviária em sete estados. Entre eles, apenas um envolve uma granja comercial; os demais estão relacionados a aves de subsistência e silvestres. Até o momento, o país já registrou 170 casos da doença, sendo a maioria em aves silvestres.
A decisão chinesa aumenta a pressão sobre o setor avícola brasileiro e gera incertezas sobre o futuro das exportações nacionais. O governo brasileiro segue negociando com parceiros internacionais na tentativa de regionalizar o embargo e minimizar os impactos econômicos para os produtores do país.
