Desde 2007, quando chegou ao poder pela primeira vez, o PT baiano usa uma fórmula parecida para manter a governabilidade. Sobrepõe-se a todos os partidos de esquerda, quase que subjugando alguns deles, e faz alianças com partidos mais ao centro, numa estratégia de manutenção da coalizão que mantém o grupo no poder. Foi assim com o MDB no passado, foi assim com o PSD e PP até 2022 e, agora, após as eleições, o Avante se torna mais uma das “armas” do poderio político eleitoral do petismo na Bahia.
Organizado por Ronaldo Carletto após uma articulação que envolveu principalmente o ex-governador Rui Costa, o Avante prometeu sair de 2024 grande. Saiu. Ocupou facilmente o vácuo que o Progressistas deixou ao migrar para a oposição dois anos atrás. Carletto, que já fora do PP, soube aproveitar bem a oportunidade dada e passou a ser a terceira base do tripé que o governo do PT passou a utilizar quando Rui chegou ao poder e era completado pelo próprio PT e pelo PSD.
No levantamento de votos recebidos pelos candidatos a prefeito no último dia 6 é possível perceber que, mantido esse acordo, o atual grupo governista inicia a corrida eleitoral com um marco de 40% dos votos majoritários. Ao contabilizar também outras siglas que integram a base aliada de Jerônimo Rodrigues, o número ultrapassa a casa dos 50% + 1, essencial para uma decisão em turno único na disputa pelo governo da Bahia. É nesse prognóstico que se baseia o tom de celebração dos governistas ao olhar o resultado do último pleito.