Acidentes com armas de fogo com crianças crescem 19% no país

Atividades como brincar e estudar fazem parte da rotina de muitas crianças e adolescentes. Por lei, é dever da sociedade, da família e do poder público garantir a cultura, o lazer, alimentação saudável e a educação à criança e ao adolescente. No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também está descrito que esses grupos precisam de proteção. Com destaque na segurança, nos últimos anos acidentes com crianças têm ocorrido com frequência e em muitos casos é causado por negligência dos pais.
De acordo com dados da Pesquisa DataSUS realizada pela Organização Aldeias Infantis SOS por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), em 2022 mais de 100 mil internações foram registradas devido a acidentes com crianças e adolescentes. Dentre os acidentes que tiveram uma alta, o que mais chama atenção é o por armas de fogo, que subiu para 19,48% em comparação ao ano anterior. Ainda no segmento de alta nos acidentes os por afogamentos foram de 7,61% e por queimaduras aumentou em 5,55%. Já as ocorrências que tiveram uma queda ano passado foram por intoxicação (-11,39%), sinistros de trânsito (-4,48%), sufocação (-4,38%) e quedas (-1,50%).
Fazendo o recorte para a Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), ano passado ocorreram 8.122 internações de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. No ranking dos acidentes estão os causados por queda com 4.441 internações; seguida por exposição a corrente elétrica (choque) 898 registros e acidentes de trânsito com 659 ocorrências. Crianças menores de 10 anos é o grupo que mais tem ocorrências de internações registradas no estado. Por isso, a atenção dos pais ou responsáveis precisa ser redobrada.
Pequenos acidentes como escorregar e cair de um brinquedo no parque ou de móveis dentro de casa são comuns no dia a dia de uma criança. Mas mesmo assim é preciso estar atento, pois muitos desses acidentes podem levar até a morte dependendo da gravidade. Erika Tonelli, especialista da Aldeias Infantis SOS fala sobre a importância dos responsáveis pelo menor estarem preparados, evitando possíveis acidentes.
“Os cuidadores devem preparar o ambiente, seja doméstico, ou também prestar atenção em ambientes comunitários como parques, escolas e praças, para que as crianças e adolescentes estejam protegidos. É muito importante que os pais ou familiares se preparem para a chegada de uma criança para que eles não fiquem vulneráveis a qualquer tipo de acidente, sendo que 90% desses acidentes podem ser evitados com pequenas medidas de prevenção”, pontuou Tonelli.
Em cidades litorâneas, a exemplo de Salvador, acidentes por afogamento de crianças e adolescentes é muito comum. No entanto, esse tipo de ocorrência não é o único que acontece. Agora em meados do ano se aproxima as festas juninas onde se acende fogueiras e tem queima de fogos. Diante disso, os responsáveis pelo menor precisam ter o máximo de cuidado também nesta época do ano, pois muitos são os registros também por queimaduras. Por isso, é importante que os pais, familiares ou educadores tenham cursos de primeiros socorros, pois isso pode reduzir o quantitativo de acidentes graves com os pequenos.