O Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa paulista, está se infiltrando em presídios da Europa, principalmente em Portugal e Espanha, com o objetivo de expandir sua rede de tráfico internacional de drogas. Esse movimento, iniciado há pelo menos dois anos, já preocupa autoridades do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Militar (PM) paulista, além de entidades internacionais, que temem a multiplicação de faccionados em suas prisões.
O PCC utiliza o sistema prisional para recrutar novos membros, replicando a estratégia que aplica no Brasil desde os anos 1990. Os detentos europeus que se juntam à facção atuam nas ruas após a prisão, fortalecendo a presença do PCC e facilitando o tráfico de drogas, especialmente por portos como o de Santos. A facção prioriza países com barreiras linguísticas e culturais menores, o que inclui nações como Sérvia, Colômbia, Venezuela e Itália (através da Ndrangheta, máfia calabresa).
Além disso, o PCC oferece proteção e auxílio financeiro para as famílias dos membros, o que atrai novos criminosos. Estima-se que a facção tenha membros em 23 países. A expansão do PCC gerou preocupações globais, incluindo dos Estados Unidos, que em 2022 impôs sanções à facção como parte de um esforço para combater o tráfico internacional.