O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou dezenas de militares dos cargos-chave da presidência e da vice-presidência da República e reduziu exponencialmente a presença dos militares em empresas públicas e ministérios.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, informou, no início do governo, que a substituição de assessores comissionados da administração federal iria ocorrer independentemente de serem quadros militares ou civis.
O presidente Lula analisa um conjunto de regras na tentativa de “despolitizar” e “desbolsonarizar” as Forças Armadas. Lula deverá avaliar uma Proposta de Emenda à Constituição e encaminhá-la ao Congresso Nacional. A PEC prevê que militares da ativa que optem por assumir funções públicas (como ministros e parlamentares) migrem automaticamente para a reserva.
Atualmente, sargentos, capitães e majores podem disputar as eleições e assumir mandatos. Quando não se elegem, eles voltam normalmente aos quartéis-generais.
No governo do ex-presidente Bolsonaro, militares assumiram cargos sem deixar a farda. A medida foi alvo de críticas durante sua gestão. São os casos, por exemplo, dos generais Walter Braga Netto e Eduardo Pazuello, que participaram de eventos eleitoreiros, em diversas ocasiões, ao lado de Bolsonaro.
Segurança pessoal
O delegado da Polícia Federal (PF) Alexsander Castro de Oliveira, que atuou na coordenação da equipe de segurança durante a campanha eleitoral de Lula em 2022, foi nomeado secretário extraordinário de Segurança Imediata do Presidente da República do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Ele diminuiu o número de militares na segurança do presidente.
Essa secretaria foi criada em janeiro de 2023 por Lula, para planejar e executar a segurança presidencial. O presidente já demonstrou ter perdido a confiança em parcela dos militares da ativa e dispensou alguns como ajudantes de ordens. Com informações do Metrópoles.