O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres (União Brasil), não vai aparecer na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro. A CPI está marcada para esta quinta-feira, 9.
A defesa de Torres divulgou a informação nesta quarta-feira, 8. “A condução do Dr. Anderson Torres à CPI seria de todo inútil, uma vez que ele já depôs à Polícia Federal – por mais de 10 horas – sobre todos os temas investigados pelo Parlamento distrital”, disse o advogado Rodrigo Roca, em material acessado pelo Metrópoles.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou na mão de Torres a decisão de comparecer ou não à CPI. Ele também poderia ficar em silêncio durante o andamento da Comissão.
“Autorizo a liberação de Anderson Gustavo Torres, para realização de seu depoimento no dia 09/03/2023 às 10:00 horas, em sessão da Câmara Legislativa do Distrito Federal, garantindo-se, plenamente, seu direito ao silêncio, nos termos consagrados constitucionalmente. Observo, entretanto, que a condução de Anderson Torres, que encontra-se preso preventivamente, deverá ser feita mediante escolta policial e somente ocorrerá se houver sua prévia concordância”, destaca trecho da decisão de Moraes.
A Comissão teve início em 2 de março com o depoimento de Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP). Em 28 de fevereiro, a CLDF, por meio da Procuradoria-Geral da Casa, pediu ao STF a liberação de Anderson Torres para que seja ouvido pela CPI.
Após as investigações dos ataques golpistas aos Três Poderes, Torres foi preso. Ele foi detido assim que chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 14 de janeiro.
Em movimento recente, no último dia primeiro, Moraes negou pedido de soltura do ex-secretário.“Não há, no momento, como dissociar as condutas omissivas de Anderson Gustavo Torres dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, com ataque às instituições democráticas e depredação e vandalismo dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Permanecem, portanto, inabalados os motivos da decretação de sua prisão preventiva”, disse o ministro.