O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), criticou, em conversa com a imprensa, a lentidão da Comissão de Ética da Casa em analisar o caso do deputado estadual Binho Galinha (PRD).
“Aqui, na Assembleia, eu sou o presidente, mas eu não mando, não determino o funcionamento da Casa, dependo dos membros, que são os deputados. Cabe a mim provocar, como foi feito com os líderes da oposição e da maioria, Rosemberg Pinto e o deputado Alan Sanches, que indicassem os membros do Conselho de Ética, e foram indicados. Cabe aos membros que foram indicados fazer o trabalho deles. Eu tenho cobrado, mas eu não posso obrigar o deputado a fazer o papel dele”, declarou.
Vale lembrar que, na semana passada, mais um juiz sorteado para atuar no caso se declarou suspeito. Desta vez, a juíza Ivonete de Sousa Araújo citou razões de “foro íntimo” para não assumir a ação.
A decisão, protocolada em 24 de maio, também notifica a 2ª substituta designada para julgar o processo. Esta é, pelo menos, a terceira mudança nos julgadores da ação envolvendo o parlamentar, considerado o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada em Feira de Santana, município localizado a cerca de 100 quilômetros de Salvador.
O Ministério Público Estadual (MP-BA) aponta Binho Galinha como mentor de uma organização criminosa envolvida em extorsão, agiotagem, jogo do bicho, receptação qualificada e outros delitos em Feira de Santana, seu principal reduto eleitoral. No último dia 9 de abril, a esposa do deputado, Mayana Cerqueira, foi presa pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Hybris, um desdobramento da Operação El Patron.
Binho Galinha se manifestou após uma das operações da PF em Feira. Segundo o parlamentar, ele “jamais praticou os crimes que estão sendo-lhe atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça”. Em nota, o deputado declarou ainda que acompanha os desdobramentos das investigações “com tranquilidade e colaborando com o Poder Judiciário”.