Há menos de um século, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar e serem votadas. Em pouco mais de nove décadas, elas continuam na luta pela garantia de seus direitos como cidadãs com a mesma disposição, sabedoria e condição de ocupar os espaços antes monopolizados pelos homens. Ainda assim, já existem avanços – senão quantitativos, ao menos em termos de qualidade. A gestão pública e, por consequência, a população agradecem a presença feminina cada vez maior.
Na Bahia, de acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), nas última eleições municipais, de 2020, 16% das candidaturas foram de mulheres. Hoje, dos 417 municípios do Estado, apenas 55 são administrados por elas, o que representa 13,19% do total de prefeituras.
No Brasil, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres são quase 53% do eleitorado. Mas apesar da maioria de votantes, em 2020 foram eleitas 658 prefeitas, o equivalente a apenas 13% do total. Destas, a grande maioria é de pardas e brancas, com educação de nível superior, em geral empresárias e profissionais autônomas.
Entre as principais dificuldades que elas ainda enfrentam estão a desigualdade salarial, o acesso desproporcional a cargos de liderança, pouco apoio para conciliar trabalho, vida familiar e social, bem como a persistência de estereótipos de gênero arraigados em boa parte da população.
SUZANA RAMOS
‘Precisamos nos conscientizar de que movemos o mundo’
“Estamos prontas para assumir qualquer papel desejado. Precisamos nos conscientizar cada vez mais de que somos fortes e movemos o mundo”, disse a prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos, destacando que as mulheres não devem se abater com baixa autoestima e comparações, “pois somos únicas, cada uma com seu jeito próprio de ser”.