Nunca antes um governador compareceu a Assembleia em dias como o de ontem, com duas sessões seguidas, uma de posse e outra da eleição. Sempre vai ao ato solene de abertura dos trabalhos, que este ano acontece amanhã, mas Jerônimo Rodrigues quebrou a regra e foi de propósito.
— Quando montei minha agenda a assessoria me avisou, mas fiz questão de vir. Avisei ao presidente Adolfo Menezes (PSD) que não queria fala, mas na sessão da posse iria estar. Na da eleição, não. É um gesto de quem quer o diálogo. Podemos ter um relacionamento civilizado.
Além de afagar Adolfo, o presidente reeleito, um aliado, também fez carinho na oposição, ao falar com Alan Sanches (UB). o líder da bancada oposicionista.
— Já falei com ele duas vezes. A grande pedida de Alan é o pagamento das emendas dos deputados.
Recíproca —Alan confirmou as conversas com Jerônimo e disse que gostou. Ou melhor, a recíproca do gesto de bom viver é verdadeira.:
— Parece que Rui Costa tinha birra com a oposição. Vezes fazia a obra, mas não dizia o nome do deputado.
E completa, brincando:
— Eu não queria ser o líder da oposição. Eu queria ser era o líder do governo.
Essa situação mostra claramente a intenção de Jerônimo em carimbar o tom dos bons ventos que sopram para ele no início do mandato. Ou seja, com tudo bem no trânsito Salvador-Brasília, é bom também deixar tudo bem por cá.
Aliás, nunca a Bahia viveu situação tão favorável, com ventos e marés a favor.